Respeito é bom e eu…não tenho! Partiu sexo!
Já pensou em dar uma feijoada pra um bebê de 15 dias? Por que não gente!? Ele está parecendo querer, abriu a boquinha e tudo mais!!
Absurdo?
Mas é assim que muita gente tem agido consigo mesma!
Nosso corpo físico passa por diversas fases até chegar na idade adulta, cada uma delas com suas particularidades e seus poréns. O osso da cabeça cresce, as pernas alongam, os hormônios chegam, dentre muitas outras transformações que passamos. E isso não é diferente com nossas emoções. Ao longo da vida passamos por experiências, descobertas, decepções, aprendizados etc; tudo com a finalidade de também estarmos maduros, prontos para o que a natureza desenhou.
Já o “aparato emocional” é único para cada um e portanto o ritmo de desenvolvimento não é o mesmo para todos, nem o conjunto da obra que nos faz ser quem somos no final.Saber se está ou não pronto pra uma “feijoada emocional” cabe apenas ao dono das emoções.
O sexo entra bem no meio desses dois desenvolvimentos. Físico e emocional. O sexo envolve o ser humano por inteiro, tanto corpo quanto mente.
Mas infelizmente muita gente descarta a mente da jogada na hora de transar com alguém.
Meu corpo está pronto, porque não fazer?
Mas seu emocional está?
Volto a estória do baby e da feijoada. Se não é saudável dar esse tipo de comida para um bebê, porque nitidamente ele não está pronto para tal, então por que tanta gente faz sexo sem estar emocionalmente bem resolvida quanto a isso?
Vemos tantos adolescentes sendo empurrados como de um toboágua para a vida sexual, simplesmente porque a sociedade decidiu que certa idade já pode-deve-quer fazer sexo a torto e a direita.
A pessoa aceita aquilo tudo e no final, acaba tendo que lidar sozinha com as consequências emocionais (que ninguém avisou que tinha, eu sei).
E isso não é privilégio só de quem está na puberdade.
Adultos se lançam em relações sexuais por estranhos e múltiplos motivos. Uns para cumprir o papel do “ser transante” na sociedade, outros pra sanar algum outro problema emocional, outros porque quis agradar o parceiro, etc etc etc…
Mas Marcelle, eu transei e não tenho nenhum envolvimento emocional com aquele ser, me sinto ótim@ mesmo assim. Maravilha! Sinal que você está bem resolvid@ com você mesm@.
O que não quero dizer é que sexo bom é só quando os dois estão emocionalmente envolvidos, claro que não. Quero dizer que antes de transar, esteja certo que está RESPEITANDO a sua saúde psicológica. Respeitando a si mesmo.
Se você vai transar só porque todo mundo faz, ou porque tá todo
mundo te achando estranho ou por medo de perder algo ou sei lá o quê e não para pra pensar se isso está de acordo com o sua filosofia interior, posso afirmar categoricamente que você vai se ferir!
Exemplo: você ESCOLHEU seguir o costume das suas tias de casar virgem porque está convencid@ de que aquilo é o melhor pra você. De repente e rapidamente se vê obrigado a passar por cima daquilo para transar com alguém porque o mundo está te chamando de careta, idiota e outros adjetivos a fim. A menos que trabalhe isso muito bem na sua cabeça, vai se desrespeitar e se sentir péssim@ depois.
Outro exemplo: você tem um relacionamento de 600 anos e seu marid@/ namorad@/ bofe/bff etc, te entristeceu de uma forma profunda e você vai transar com ele por medo de o indivíduo buscar outro na rua. Errado! Você está se magoando mais ainda.
As pessoas adquirem problemas sexuais e muitas vezes não sabem o porquê. Uns perdem o interesse pelo sexo, outros não sentem mais tanto prazer, alguns tem dificuldades de manter um relacionamento, já outros acham todo mundo difícil.
Tudo isso poderia ser evitado se houvesse a prática do auto respeito.
Respeitar não só seu corpo (que vai estar pronto mesmo, pois já é adulto) mas respeitar sua fase emocional, respeitar seus sentimentos, respeitar a sua filosofia de vida.
Parar para se conhecer, olhar para dentro de si e perguntar se
está no lugar que gostaria de estar, em como se sente em relação ao sexo jamais será perda de tempo. Pelo contrário, vai se aperfeiçoar em respeitar-se e trará inúmeros benefícios não só na área sexual, mas em todos os aspectos da sua vida.
Se você mesmo não se respeitar, quem mais vai?
Ame-se! <3
Um abraço.
Psicóloga (crp 16/4664) da linha cognitiva comportamental com um pézinho nas contextuais de terceira geração e Sexóloga. Atua em consultório (individual e casal), atendimentos online, cursos, palestras e eventos.
Tags:autoestima feminina, decisão, respeito, sexo, sexualidade feminina