17 fevereiro

Relacionamento Aberto – Faz bem ou Faz mal?

Falar em qualquer prática que não seja a monogamica tradicional, principalmente no Brasil é bastante delicado, infelizmente. O primeiro ponto e o mais forte é o preconceito e julgamento da sociedade no geral o que desperta muita curiosidade e infelizmente o ódio de algumas pessoas.

Antes de mais nada, vamos diferenciar resumidamente aqui alguns termos:
* Relacionamento aberto é quando o casal apesar de estar em um relacionamento, seja namoro ou casamento, permite-se que haja envolvimento físico e até emocional com outras pessoas. Porém existe uma pessoa ali que é o companheiro fixo.

* Já o Poliamor não há uma pessoa fixa. As pessoas se amam, mas não se prendem por nenhum nome ou convenção. Pode-se morar junto, ter filhos, mas ninguém é casal com ninguém. Nesta filosofia, se dá liberdade porque se ama.

* No Amor livre, que é confundido com poliamor, os adeptos são contra a qualquer rótulo, seja namoro, casamento etc. Vivem qualquer que seja a experiência sem se importar em rotular aquilo. Vivem qualquer que seja a prática, seja casamento, namoro, relacionamento aberto, mas sem nomear ou rotular com regras. Surgiu mais para ser um contra ponto a imposição da sociedade a respeito das pessoas.

* Nenhuma dessas práticas tem a ver com Poligamia, que é uma pessoa ser casada ou se relacionar com várias pessoas, como acontecia muito na época medieval, pois morriam-se muitos homens nas guerras e acabava sobrando mulheres nas regiões povoadas. A poligamia é uma questão mais unilateral, onde apenas uma pessoa é o centro do relacionamento.

Por isso, engana-se quem pensa que essas práticas são novidade no mercado. Quem nunca ouviu falar nos haréns ou nas várias esposas que os reis e os mais ricos possuíam na época das cruzadas? Os livros de história estão cheios desse tipo de prática. Inclusive na bíblia. E aquele vizinho que tinha uma esposa em cada cidade e a sua vizinha sabia de tudo e “fingia de morta”?

Acontece que hoje temos uma sociedade com uma participação muito maior das mulheres e o cenário atual exige uma equiparação dos direitos. Por isso, tem crescido o número de casais que optam por viver um estilo de relacionamento aberto. E tudo numa boa, acredite.

Neste contexto, não é um “salve-se quem puder” nem um “deus nos acuda”, pelo contrário, existem regras. E que regras seriam essas? A única regra absoluta é não quebrar as regras, ao contrário é uma traição.
Pois bem, cada casal tem seu conjunto de regras bem acordadas e quanto mais claras essas regras forem, melhor. Tem casais que optam por permitir apenas beijos, outros preferem permitir apenas na presença do outro, enquanto uns definem locais escondidos. Alguns vivem esse tipo de relação e não informam a ninguém, outros fazem perfis em sites de relacionamento. Enfim, é uma infinidade de regras que cabe apenas aos envolvidos compreenderem.

No consultório eu ajudo casais que desejam abrir ou fechar o relacionamento. Acontece que nem todo casal tem aparato emocional para viver esse tipo de experiência, alguns veem como uma opção ao tédio sexual, já outros querem agradar o parceiro. Dentre uma infinidade de casos, se a razão única não for o fator vontade de fazer, a ideia de abrir o relacionamento tende a ser desastrosa. Por isso indico acompanhamento com profissional caso esse assunto seja pauta no seu relacionamento.

Outra curiosidade importante é que não se deve confundir relacionamento aberto com a prática swing. Para quem não sabe swing é uma forma de sexo em grupo, utilizada para apimentar relacionamentos para alguns e um estilo de vida para outros. Participar de swing, ou suruba como dizia o Mamonas Assassinas, não quer dizer que se abriu o relacionamento, apenas quer dizer que fizeram uma prática sexual diferente.

Enfim, é um assunto muito extenso e espero ter esclarecido algumas questões básicas.

Agora se tudo isso que estamos falando aqui hoje for muito distante para você, vale aquela regrinha do respeito. Não conhece? Não compreende? Não envolve as suas opções pessoais? Não afeta a sua vida?
Então apenas respeite. Respeitar não quer dizer concordar, mas é sinônimo de humanidade.

Um abraço e até o próximo k entre nós.

Marcelle Paganini
Psicóloga e Sexóloga
@anima.vc

Programa K entre Nós – Janeiro de 2020 – Rádio FM Super

 

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